9 de janeiro de 2018

Melhores (e piores) livros de 2017


Finalmente chegou o momento mais esperado do ano (esperado por mim, apenas): o glamoroso ranking dos melhores e piores livros do ano (isto é, lidos por mim em 2017). Dos 36, esses são os grandes campeões e perdedores.




Ficção:

1º The Beach 
O ótimo romance do diretor e roteirista de Ex-Machina não é inovador, mas é diferente de tudo que você já leu.

2º Pureza
Jonathan Franzen continua nas suas tentativas bem-sucedidas de retratar o zeitgeist de cada época em romances ultra realistas.

3º Terra vermelha
O livro de estreia de Camila Serrador traz 20 contos recheados de assombro e delicadeza.

4º Enclausurado
 Humor negro e ácido nessa novela curta, narrada por um feto, do mestre Ian McEwan

5º O crime do Padre Amaro
Crítica da Igreja Católica e das hipocrisias sociais, com fino humor. Escrito há quase 150 anos, continua atual.




Não ficção:

1º Fadas no divã
Ótima análise psicanalítica de histórias infantis clássicas e contemporâneas pelo casal Diana e Mario Corso.

2º Como fazer inimigos e alienar pessoas
As memórias de Toby Young, jornalista beberrão fissurado por celebridades oi retratada de forma boba no filme de mesmo nome. Já no livro, há espaço tanto para as suas rocambolescas e constrangedoras histórias como para pequenos ensaios de crítica social, com ênfase nas diferenças entre americanos e britânicos.

3º A paisagem moral
Sam Harris tenta provar que relativismo moral é um grande erro. E consegue.

4º Romancista como vocação
Bom exclusivamente para leitores de Haruki Murakami.

5º Trinta e poucos
Nessa coletânea de crônicas, o paulista Antonio Prata prova que é bem melhor escritor que o pai dele.





Graphic Novel:

1º Maus
Impressionante e brutal relato baseado em história real de um sobrevivente de campos de concentração nazistas.


2º Persépolis
Relato autobiográfico da iraniana radicada na França. O mais assustador é ver o quanto o islamismo radical iraniano dos anos 1980 é parecido com o extremismo da esquerda e da direita brasileiras.


3º Habibi
Passeio histórico pelo mundo árabe acompanhando do início ao fim uma história triste de amor impossível.

Piores livros do ano:

1º Contos – Volume I
Os primeiros contos do consagrado Ernest Hemingway são uma aula. Uma aula de como não escrever, pois são horrorosos do início ao fim.


2º Ele está de volta
A boa premissa – Hitler reaparece na Alemanha dos anos 2010 e acaba sendo um sucesso midiático – é comprometida por uma tentativa de humor por quem não é humorista. Aliás, nem escritor o autor é. Forçado, repetitivo e meio mongoloide.


3º Paris é uma festa
Escrito quando Hemingway já era consagradíssimo, esse relato pode ter somente o (questionável) valor histórico pela tentativa (tosca) de reproduzir uma época. Mas depois de 40 anos Hemingway provou que não sabia escrever mesmo.


4º Trainspotting
Bom para os anos 1990. Hoje é uma forçação de barra inesgotável. A tradução brasileira foi triste.


5º Gratidão
Um chororô chatarrão de um tiozão moribundo.


6º Bestiário
 Minha primeira (e última) tentativa com Cortázar foi um fracasso total, e eu não quero admitir que a culpa foi minha.
E por que não seguiu o próprio conselho?


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