15 de outubro de 2012

Homenagem ao Dia dos Professores

"Those who can't do, teach. And those who can't teach, teach gym."
Woody Allen


Que ser professor é uma das profissões mais desgastantes, estressantes e pouco valorizadas do Brasil, disso não há dúvida. Que aumentando o salário do professor outras coisas vão melhorar também, não há discussão. Mas o fato de que os professores em geral são muito ruins normalmente é esquecido por todos.

Ao longo do Ensino Fundamental e Médio, devo ter tido cerca de uns 60 professores diferentes. Na faculdade, mais uns 50. Desses mais de 100, dá pra contar nos dedos da mão esquerda do Lula os professores que podemos chamar de bons. É claro que a própria instituição escolar, uma aberração cuja estrutura já deveria ter sido abolida antes da entrada do século 21 (mas isso é outra discussão), também é culpada por isso. Pois a escola premia o medíocre, tanto o aluno como o professor. Meus professores em geral eram rancorosos, amargos, preguiçosos, burros, autoritários, de mente fechada, e certamente se enquadravam em pelo menos uns cinco ou seis verbetes do DSM V. Pra mim, a única explicação para aquelas pessoas que lembram com saudade dos tempos de colégio é essa: Síndrome de Estocolmo.


Não é à toa que existe um uísque com esse nome


Tive minha experiência como professor também. E, sim, passei a respeitar muito mais essa figura depois disso, pois não é fácil. O que ouvi nos bastidores das salas de professores daria um livro. Não havia um professor sequer que não falasse mal ou ridicularizasse os alunos. Muitos não estão interessados em ensinar, pelo contrário, quanto mais se posicionarem como um obstáculo entre o aluno e a matéria, como se fossem guardiães de um conhecimento proibido, mais se valorizam. No meu ensino médio, no Colégio Júlio de Castilhos, havia uma dupla de professoras que competia para ver qual delas reprovava mais alunos. 

Engraçado que, quando se começou a discutir a meritocracia e a bonificação pela qualidade, os sindicatos de professores espernearam desesperados, pois os sindicatos abrigam a mediocridade. Falam muito em salário, mas nunca olham para si e para o que tem a oferecer. Não é ofensa dizer que o professor tem que gostar da profissão. Seria ótimo se fosse assim com todos os trabalhadores, mas um professor que não gosta de dar aula nunca vai ser mesmo um bom professor. 

Não deixo de achar irônico quando vejo aquele povo todo tocando sinetas, decidindo greves por tempo indeterminado, por melhores salários. Não entendem eles que, no dia em que resolverem pagar bem os professores, eles serão substituídos por gente muito mais qualificada? Sim, professor medíocre, você não ganhará melhores salários, você será substituído por outra pessoa, que só não dá aula hoje pois o salário não compensa o esforço. No meu colégio público tive um ótimo professor de Literatura. Tratava os alunos como gente, e não como retardados mentais, como a maioria dos professores faz. Ele dava aula na PUC e ali.  Um dia, no meio do ano letivo, ele chegou e disse, para decepção de muitos: "Desculpe, mas essa foi a última aula que eu dei pra vocês. O salário não compensa mais nem meu deslocamento." E na semana seguinte já tínhamos uma medíocre que o substituiu até o fim do ano.




Saíram da sala em busca de conhecimento
Então, professores medíocres (os não-medíocres já sabem que me dirijo aqui desde início aos medíocres), pensem duas vezes antes de entrarem em greve de novo: se as suas reivindicações forem atendidas, a primeira vítima pode ser você.

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