28 de abril de 2010

Você sabe com quem está falando?

Toca o telefone.

- Alô?
- Olha aqui, presta atenção!
- Sim?
- A gente tá com a tua filha!
- Como?
- A gente sequestrou a tua filha!
- Qual delas?
- Essa aqui! (coloca uma voz feminina gritando "socorro, papai, me pegaram papai! paga logo eles pra eles me soltarem!")
- Por favor, não façam mal a ela.
- Então dá o que a gente quer!
- E o que vocês querem?
- Grana, mané! Cinquenta mil agora.
- Mas eu não tenho todo esse dinheiro aqui, eu estou no Rio de Janeiro.
- Então joias!
- Não tenho joias.
- A sua mulher deve usar joias, vê as joias da sua mulher!
- Minha mulher não usa joias.
- Como é que sua mulher não usa joias?!
- É que ela fez uma promessa, ela é muito religiosa...
- Puta que o pariu, paga 30 mil então!
- Quem sabe 20 mil, eu ainda tenho que ligar pro Banco do Brasil.
- Olha aqui, quer que a gente mande um dedinho da sua filha? Uma orelha?
- Claro que não, não façam isso!
- Olha aqui, qual é a atividade do senhor?
- Eu sou vice-presidente da República.
- (pausa....) Como é que é?!
- Eu sou o vice-presidente da República.
- Você tá me tirando?
- Não.
- Qual é o nome do senhor?
- José Alencar Gomes da Silva.
- (pausa...) (ouve-se uma voz: "Suélen, vê aí no google rápido qual é o nome do vice-presidente!)
- Por favor, não faça nada de mal com a minha filha, vamos resolver isso da melhor maneira possível.
- Não, pode deixar, senhor, acho que foi engano.
- Como?
- É, deixa pra lá...
- Hein?- (cai a ligação)

E não é que isso aconteceu mesmo?

Até o vice-presidente caiu no golpe do falso sequestro. O mais incrível é a quantidade de gente pobre que cai no tal golpe, como se realmente alguém fosse sequestrar um pobre e pedir milhares de reais de resgate. Então fica a dica: se alguém te ligar anunciando sequestro, é trote, até porque, se você está lendo este blogue, não deve ser uma pessoa milionária.


Abaixo, o vice-presidente José de Alencar, autor de Iracema.

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