Salvador, Bahia

Como é do desconhecimento de todos, sou baianúcho, pois nasci no Rio Grande do Sul, fui criado na Bahia, e quando já estava com sotaque voltei para a minha terra natal, onde sofri muito com o preconceito só por que não sabia o que significava “tchê” e “tri” e bebia chimarrão com canudinho. Acabei me adaptando às lides do campo gaúcho, mas sempre tive o sentimento de que estava faltando alguma coisa, um não sei o que de je ne se quois, como se tivesse deixado algo importante por lá.

Por isso, recentemente fiz uma viagem pra Salvador – terra de Dorival Caymmi , Jorge Amado e Carla Perez – em busca da minha identidade. Fui para lá em uma viagem em busca do meu Eu perdido. Não foi nada fácil, procurei no Elevador Lacerda, no Mercado Modelo, no Pelourinho, no Farol da Barra, mas só fui encontrá-lo mesmo nas areias de Itapuã, onde ele estava trabalhando vendendo redes superfaturadas. Nos demos bem, e acabamos voltando juntos. O problema agora é meus amigos aguentarem a marcha lenta e as intervenções inapropriadas do meu novíssimo alter ego, que vezenquando cisma em aparecer.