28 de maio de 2009

Fantasia

Quando eu era gurizote, há 500 anos, sempre tinha essa fantasia me imaginando como um adulto.
Eu teria uma cara de maduro bem resolvido (emocional e financeiramente), estaria na ampla sala acarpetada do meu apartamento com decoração clean, vestindo uma blusa preta fina de gola rulê, com um copo de whisky com gelo na mão, ouvindo o mais recente disco da Sade, olhando pela parede envidraçada a noite chuvosa lá fora, pensando em algum amor distante.


O mais perto que já cheguei disso foi ficar na cozinha de casa, escutando Frank Sinatra, bebendo Dreher, com minha cueca samba-canção de elefantinhos cor-de-rosa, comendo amendoim japonês, olhando a água escorrer pela infiltração do apartamento de cima.

Um comentário:

  1. Noto alguma identificação pessoal. Só que ouço coltrane, o conhaque é presidente e o apartamento é dividido com outros quatro convivas. Ah, não tenho cueca de elefantinhos, mas tenho uma do Willy E. Coyote.

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