9 de abril de 2009

BBB

Há tempos que a mulher do Intelectual estava desconfiada. O comportamento estranho dele já denunciava que algo fora da ordem acontecia. Não era surpresa: no verão passado já tivera o mesmo sentimento, não chegando a descobrir nada. Também nunca questionou diretamente, achando que a pergunta soaria ridícula. Mas agora precisava descobrir, não podia seguir nessa angústia.

Chegou em casa em silêncio, para que ele não pudesse notar sua presença. A televisão estava ligada. Entrou na sala e viu a cena que a chocou e que provocou a separação definitiva: ele estava sentado no sofá, comendo pipoca e tomando guaraná kuat, assistindo emocionado – com direito a lágrimas nos olhos e lábio inferior tremendo – ao Pedro Bial dando uma lição de vida no Big Brother Brasil.

4 comentários:

  1. Nunca se sabe de onde pode sair a palavra que vai nos tocar de alguma forma...
    O livro que eu considero que mudou minha vida foi escrito por um autor que nem considero muito, um autor "menor", o Morris West.
    Mas por falar em teve, uma das coisas mais emocionantes que vi aconteceu numa materia do Fantastico (pois eh!) que falava sobre solidao. Dentre os entrevistados havia um homem solteiro, que vivia nos fundos da oficina onde trabalhava, e que nunca tinha tido familia, um homem muito simples, um verdadeiro pobre coitado mesmo. O emocionante pra mim foi no programa seguinte, quando retomaram a pauta, porque uma telespectadora, uma mulher viuva, mae de muitos filhos, com varios netos, o tipo matrona-de-bem-com-a-vida, mandou uma carta pro programa dizendo que gostaria de conhecer o entrevistado. O programa entregou a carta a ele e a reporter perguntou se ele iria conhecer a tal senhora. Ele respondeu, voz e cabeca baixa: "Nao, eu vou guardar a carta, como prova de que um dia alguem me amou."

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  2. Essa história do Fantástico foi porrada mesmo. E eu ainda guardo essa carta até hoje.

    Bah, agora lembrei de uma vez que chorei no cinema. Mas não foi num filme, foi no comercial de Natal de um supermercado. Não, nem vou contar como era pois não quero correr o risco de chorar de novo.

    abraços piegas

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  3. Pois minha lição de vida foi quando assistí "Irmão sol, irmã lua" do Zefirelli...Aquilo curou uma crise de deprssão a qual estava passando. :-P

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