19 de janeiro de 2008

Texto Justificador de Obras de Arte - Parte 2

Outro dia fui numa galeria e me deparei com uma obra intrigante: uma tira de argila de uns quatro metros estendida ao longo do chão.




Sem entender nada, procurei o Texto Justificador correspondente àquela obra. Foi um alívio ler o texto abaixo. Só assim consegui apreciar a peça em sua integralidade, saboreando-a em sua plenitude artística. Em negrito, as partes mais esclarecedoras:





O "filete de argila" é essencialmente uma obra sem escala definida, cuja forma que vemos representa apenas um intervalo. Ao atravessar o espaço, a obra está sempre a testar as relações de paralelismo do universo a nossa volta, seja pela proximidade da parede ou pelo repouso no solo. Constituído pela manualidade improdutiva do gesto, na medida em que este apenas expande esta "tira" em direção ao infinito, o trabalho testa os limites da escultura em sua incapacidade de formalização para além de um dispositivo que corta o espaço e nos torna conscientes dele.


Reprodução do Texto Justificador do filete de argila.

Um comentário:

  1. Diego

    Sorte sua ter um "texto justificador". Eu já não tenho a mesma sorte nessas exposições. Entro numa sala com quadro telas em branco e quatro em preto, mas não tem texto justificador. Achei que estava cega. Ou burra. Ou as duas coisas.
    Ou em outra, com centenas de batatas empilhadas e ligadas e fios de eletricidade. Neca de explicação. Procurei o catchup, mas não tinha.

    Adorei seu blog. Vou voltar mais vezes.

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